terça-feira, 13 de julho de 2010

Audiência Pública trata a situação caótica do Pronto Socorro de Pelotas


Na manhã do dia 12 de julho de 2010, atendendo solicitação dos médicos e direção do Pronto Socorro Municipal de Pelotas, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Vereadores, realizou uma Audiência Pública na Câmara. Segundo o Presidente da Comissão, Vereador Ivan Duarte, a Audiência foi proposta no intuito de discutir a situação do PS, que apresenta um estado crítico, provocando manifestações dos profissionais e usuários.

Os profissionais reclamaram das péssimais condições de trabalho, falta de aparelhos médicos e leitos, das agressões físicas e verbais que sofrem por parte dos usuários e da falta de apoio da Prefeitura.
Na cidade atualmente, existem 52 Unidades Básicas de Saúde que tem uma atuação ineficiente, pois existe uma grande demanda de pacientes que abrange tanto pessoas do município de Pelotas quanto das cidades vizinhas, sobrecarregando o Pronto Socorro Municipal que não tem suporte e estrutura para atender a população.

"Parece que nunca tivemos numa realidade tão ruim, precisamos de tudo e não temos o apoio de ninguém. Em nossa cidade não há respeito pelos pacientes atendidos no Pronto Socorro" afirma o Dr. Achilles Neto. O doutor questionou também que a prefeitura está priorizando outros setores, sendo que a saúde, um direito básico dos cidadãos, está um caos, algo vergonhoso para Pelotas.
A questão financeira também causou muitos questionamentos principalmente pela falta de prestação de contas por parte da prefeitura. "A situação da saúde em Pelotas é um caso de polícia. Do orçamento de R$ 134 milhões, mais de R$ 11 milhões são destinados à saúde e onde estão? Não é possível ter recursos públicos nos cofres da administração municipal de saúde e não serem repassados para seus fins." indagou o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Luís Guilherme Beletti. Em busca de esclarecimento, foi sugerida a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar esta questão caso a Secretaria de Saúde não se manifeste. O salário dos profissionais do Pronto Socorro também foi questionado, pois em certos casos eles recebem 50% a menos do que os profissionais dos municípios vizinhos.

O representande do Conselho de Saúde, José Kalil, disse que o Conselho tem feito seu papel, mas falta comparecimento e interesse por parte dos profissionais para as propostas feitas pelo mesmo e convidou os médicos e a população para participarem das reuniões do Conselho.

Os encaminhamentos sugeridos foram:
Serviços de apoio ao Pronto Socorro;
Apoio a busca da verba para construção do segundo e terceiro piso da Santa Casa;
Apoio a busca da verba de R$ 1 milhão para a CTI (Centro de Tratamento Intensivo) para o Hospital Beneficiência Portuguesa de Pelotas;
Apoio a busca da verba de R$ 1 milhão para o Hospital São Francisco de Paula;
Solicitação à presidência da câmara que convoque uma reunião com todos os setores ligados à saúde (Sindicatos, Conselhos, Secretarias, Promotoria Pública, Ministério da Saúde, entre outros), para apurar estas questões.

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