Vantagens da produção de vitamina D ultrapassam perigos associados até mesmo ao câncer.
PRÓS E CONTRAS
Setlow e outros três pesquisadores viram que os australianos, como era de se esperar, são mais expostos ao sol que moradores do Hemisfério Norte e, portanto, têm níveis mais altos da vitamina D: 3,4 vezes mais do que os britânicos e 4,8 vezes do que os escandinavos.
Os australianos também são menos vitimados por cânceres diversos, como de próstata, mama, cólon e pulmão. “As taxas de sobrevivência para cânceres melhoram quando o diagnóstico coincide com a temporada de máxima exposição ao sol, o que indica um papel positivo da vitamina D induzida no prognóstico - ou, ao menos, quando se combina a tratamentos normalmente usados contra o câncer”, diz Setlow.
Os autores afirmam que as vantagens são especialmente óbvias justamente para quem mora em locais de muito baixa exposição, mesmo com o consumo de suplementos. “Mesmo uma exposição modesta ao sol traz benefícios imensos da vitamina D”, diz a autora Johan Moan, do Instituto de Pesquisa do Câncer, de Oslo, na Noruega.
O dermatologista Marcus Maia, coordenador do programa nacional de controle do câncer de pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alerta que as pessoas não devem deixar de tomar sol por causa do risco de melanoma, tampouco deixar totalmente a proteção de lado em prol de uma produção alta de vitamina D. Uma vez que é virtualmente impossível para um morador do Brasil não se expor ao sol, o bom senso é tão importante quanto um bom filtro solar. “Nós, dermatologistas, não estamos colocando nenhuma população em risco ao pedir cuidado”, diz.
Ele cita um trabalho que fez em 2005 com moradores de São Paulo. Os níveis da vitamina D são encontrados em patamares ideais tanto entre pacientes de melanoma, que usam filtro solar constantemente, quanto entre pessoas que nunca se protegem. “Claro que os fotoexpostos produzem mais vitamina, mas os dois grupos estavam na faixa do ideal e nenhum apresentou osteoporose.”
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