segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Veja sete passos essenciais para começar a correr

Vestir um par de tênis e sair correndo pelo mundo. Este é o ideal de muita gente que deseja um pouco de liberdade, qualidade de vida e, é claro, um corpinho em boa forma. Antes de sair por aí livre, leve e solto, porém, alguns cuidados básicos são essenciais. Caso contrário, no caminho para o bem-estar, a beleza e a saúde, você pode enfrentar "obstáculos" como dores e lesões.



1. Crie novos desafios a cada treino
Para melhorar marcas e o condicionamento físico, você deve estimular sempre o organismo com novos desafios. "Não adianta repetir todo dia o mesmo treino. A cada semana, algo deve ser alterado: pode ser uma progressão na distância do percurso ou intensidade da corrida ou, ainda, um "jogo de velocidade", intercalando num mesmo treino o ritmo leve, moderado e forte", aconselha Lucas Tessuti, do Labex.

2. Prefira correr ao ar livre
"Nada como quebrar a barreira das quatro paredes", garante Cris Carvalho. Segundo a treinadora, ao ar livre, o corredor tem mais motivação. Mas a treinadora não descarta o uso de esteiras. "O aparelho pode ser um complemento para ocasiões como os dias chuvosos", orienta.

Nesse caso, o professor da Unicamp dá um conselho: "A esteira já faz pelo atleta um pouco da força, devido ao movimento de rolagem. Por isso, para que o treino seja equivalente em gasto calórico à corrida na pista, o ideal é programar uma inclinação de 1% no aparelho." Para Lucas Tessuti, o piso ideal da corrida é a terra batida ou grama, já que essas superfícies absorvem parte do impacto. O asfalto, segundo ele, deve ser evitado. E quanto a correr na areia da praia? "Se for uma areia compactada será igual a superfície de terra. Mas a fofa exige mais da musculatura e não deve ser indicada para quem está começando ou já tem alguma lesão no joelho e em outras articulações", explica a atleta Cris Carvalho. Outro terreno perigoso é a praia com inclinação, porque, nesse caso, podem ser provocados desgastes desproporcionais, como a concentração do esforço e do impacto em apenas uma das pernas.

3. Observe sempre o clima e a temperatura
A atenção deve ser redobrada nos dias frios, pois a musculatura tende a ficar mais contraída, e, conseqüentemente, são maiores as chances de lesões. Nas baixas temperaturas, a dica do ortopedista Ricardo Cury é caprichar no alongamento e aquecimento - antes e depois da corrida. Se o frio é perigoso, o alto verão também é. Prefira o início da manhã ou o final da tarde para praticar os exercícios ao ar livre. Essa cautela deve ser tomada para diminuir o desgaste.

4. Prepare seu corpo
Cuidado: se a sua musculatura estiver fraca, como resultado de anos de sedentarismo, é importante fortalecê-la, paralelamente aos treinos de corrida, com exercícios localizados ou musculação. "Ao correr, o impacto de cada passo é absorvido pelo corpo. Se a pessoa não tiver uma massa muscular fortalecida, todo esse desgaste irá para os ossos e articulações", alerta a treinadora Cris Carvalho.

Para potencializar ainda mais o desempenho, além da musculação, o médico Ricardo Cury aconselha o investimento na propriocepção - ou seja, um conjunto de exercícios capazes de melhorar a capacidade de reconhecimento espacial e para ser feito com acompanhamento profissional, de um fisioterapeuta, por exemplo.

E, para quem não está em sintonia com a balança - e, portanto, causam maior impacto na corrida por conta do sobrepeso -, o ortopedista recomenda atividades aeróbicas de baixo impacto, como a hidroginástica, para perder alguns quilinhos antes de começar a correr.

5. Na dúvida quanto às dores, procure um médico
A corrida é uma atividade de impacto que pode inflamar as articulações. Portanto, na dúvida quanto às dores e incômodos, o corredor deve procurar um médico. "Vale lembrar, porém, que na fase inicial são comuns dores musculares até 48 horas após o esforço físico", ressalta o ortopedista Cury. O especialista também defende a corrida e até o esforço que ela exige do corpo. "Pouco se fala que é justamente o impacto provocado por esse exercício que estimula a formação e o fortalecimento ósseo, diminuindo os riscos de doenças como a osteosporose", conta.

6. Alimente-se melhor e descanse
Para que todo o esforço na corrida não seja em vão, a dieta precisa acompanhar seu novo ritmo. Caso contrário, junto com as calorias, serão gastos nutrientes importantes para o organismo. "O cansaço constante pode ser um alerta de deficiência nutricional", afirma a atleta Cris Carvalho. Para combater o problema, uma visita ao nutricionista pode ser necessária.

Além de comer bem, outra questão a ser considerada está relacionada à qualidade do sono. "Todo exercício promove pequenas lesões nos músculos, o que vale para surtir efeitos é o que vem com a recuperação. Por isso, alimentação e sono são tão importantes. Caso contrário, no lugar de ganhar, o atleta pode perder", explica Lucas Tessuti.

A hidratação também deve ser adequada. Segundo o ortopedista Ricardo Cury, é preciso beber água antes do exercício. Levar a garrafinha à tira-colo pode ser uma boa idéia, mas nada de ingerir líquidos exageradamente durante o treino: correr com a barriga estufada não é indicado.

7. Escolha o tênis certo
A corrida é um esporte que requer pouco investimento: não é preciso montar equipes, nem procurar um local especializado para praticar. Bastam roupas confortáveis e um bom tênis. Portanto, atenção na escolha do calçado. Para o professor Lucas Tessuti, o solado deve ser o mais reto possível. "Tênis com o amortecedor em formato de bolhas, por exemplo, dificultam as passadas em terrenos irregulares, o que deixa o corredor mais propenso a lesões."

Se você sentir dor a cada corrida, mesmo usando um tênis com amortecedor de boa qualidade, é o momento de recorrer a recursos normalmente buscados por atletas profissionais. Por meio de uma avaliação biomecânica em laboratório e até em algumas lojas especializadas em tênis para corrida, é diagnosticado precisamente o seu tipo de pisada: normal, pronada (para dentro) ou supinada (para fora). Existem tênis específicos indicados para cada situação.

O ortopedista Ricardo Cury destaca mais um ponto essencial: o prazo de validade do calçado. "Para quem corre, por exemplo, três vezes na semana com uma intensidade moderada, o tênis dura de seis a, no máximo, nove meses", avisa.

Fonte :http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI3242571-EI1498,00-Veja+os+passos+essenciais+para+comecar+a+correr.html

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